"Anta nordestina". Os noveleiros de plantão, ao ouvirem essa expressão, imediatamente lembram do desprezo de Nazaré (Renata Sorrah) ao se referir a Maria do Carmo (Susana Vieira) em Senhora do Destino, grande sucesso escrito por Aguinaldo Silva para o horário nobre global em 2004/05 e que voltou na sessão Vale a Pena Ver de Novo nesta segunda-feira, dia 2 de março, em substituição a Mulheres Apaixonadas, de Manoel Carlos.
A trama central da novela era levemente inspirada no "caso Pedrinho", sequestrado por Vilma Martins Costa e que anos depois reencontrou a família. Em 1968, depois de abandonada em Pernambuco pelo marido com cinco filhos pequenos, Maria do Carmo Ferreira da Silva ruma para o Rio de Janeiro com a prole em pleno 13 de dezembro - dia da promulgação do Ato Institucional n.º 5, de triste lembrança. Anos depois, respeitada em Vila São Miguel, bairro que ajudara a construir, Maria do Carmo não desistiu de encontrar a filha caçula, Lindalva, roubada por uma mulher que dizia chamar-se Lourdes, mas na verdade se chama Nazaré e vive com a menina, a quem criou como filha e chamou Isabel (Carolina Dieckmann).
Nos dois primeiros dias de reprise, a novela dirigida por Wolf Maya atingiu índices em torno dos 20 pontos de audiência, o que a deixou no mesmo patamar da atual novela das seis, Negócio da China, já em fase final. Vale a pena ver de novo, em especial, as excelentes interpretações de José Wilker para o ex-contraventor Giovanni Improta, aquele que "nada deve à polícia nem ao fisco"; Glória Menezes e Raul Cortez - este em sua última novela - como os barões de Bonsucesso, Laura e Pedro; Nelson Xavier vivendo o irmão de Do Carmo, Sebastião, motorista eternamente apaixonado pela patroa Josefa (participação de Marília Gabriela nos primeiros capítulos); e, claro, Renata Sorrah, dando vida à vilã Nazaré de forma inesquecível.
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