sábado, 13 de junho de 2009

SBT Repórter homenageia Janete Clair

Na edição desta quarta-feira, dia 10, o SBT Repórter exibiu uma reportagem especial em homenagem a uma das maiores novelistas brasileiras, para muitos a maior: Janete Clair, a "usineira de sonhos" no dizer de Carlos Drummond de Andrade.
No embalo da estreia, na próxima terça-feira, 16, de Vende-se um Véu de Noiva, adaptação de Iris Abravanel de um original de Janete, cuja obra radiofônica fora adquirida por Silvio Santos, o programa apresentado por César Filho com reportagem de Patrícia Vasconcellos e Luiz Bacci rememorou a vida e a obra da "maga das oito".
Foram exibidos depoimentos de dois dos filhos de Janete, Denise e Alfredo; de Tatiana, filha de Alfredo; Betty Faria, atriz de várias novelas de sucesso da autora, com destaque para Pecado Capital (1975/76); José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, dos principais mandachuvas da Rede Globo e um dos grandes responsáveis pela posição da emissora; Artur Xexéo, autor de um perfil de Janete nos anos de 1990; os pesquisadores de teledramaturgia Fábio Costa (este que vos escreve) e Nilson Xavier, criador do site Teledramaturgia (cujo link consta dos links relacionados deste blog) e autor do Almanaque da Telenovela Brasileira (Panda Books, 2007).
Valeu a pena, pois sempre é válido evocar a memória dos que tanto contribuíram para que a televisão brasileira e, em especial, a telenovela, se tornasse o que é, reconhecida internacionalmente como das melhores do mundo. Ainda, pelo impagável momento com a telespectadora que cantou alegremente "Dinheiro na mão é carnaval, é carnaval...!"
Salve, Janete!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Na surdina, a volta da dona de Araxá

Na segunda-feira passada, dia 6, sem fazer alarde, o SBT colocou no ar, logo depois do capítulo de Revelação, uma reprise de Dona Beija, novela produzida pela extinta Rede Manchete em 1986 com Maitê Proença no papel-título.
Bem, sem fazer alarde em termos, porque por alguns dias a programação do SBT exibiu chamadas que falavam sobre a estreia de outra novela de sucesso da Manchete, depois do sucesso da reexibição de Pantanal (1990) entre junho do ano passado e janeiro deste. A surpresa se deu porque A História de Ana Raio e Zé Trovão (1990/91), de Marcos Caruso e Rita Buzzar, estava praticamente confirmada como atração do canal de Silvio Santos, enquanto de Dona Beija se falava numa nova versão.
A história tem menos de cem capítulos, escritos por Wilson Aguiar Filho com direção de Herval Rossano. Em 1986, a Manchete exibiu-a de abril a julho, às 21h30. Dois livros serviram de base para o autor: A Vida em Flor de Dona Beja, de Agripa Vasconcelos, e Dona Beija, a Feiticeira do Araxá, de Thomas Leonardos.
Ana Jacinta de São José, que ganha do avô João (Aldo César) o apelido de Beija logo que nasce, graças à sua cor que lembra a do beijo, flor abundante na região mineira de São Domingos do Araxá, é raptada pelos homens do ouvidor-mor d'El Rei, Joaquim Inácio Silveira da Mota (Carlos Alberto) e levada para a Vila de Paracatu, onde fica a casa dele. Para vingar-se do rapto e da morte de seu avô, assassinado ao tentar defender a honra da neta, Beija serve aos homens que a desejam em troca de ouro e joias. Convocado por Dom João VI (Jorge Cherques) a instalar-se na Corte, Mota abandona Beija, que volta então para Araxá rica e disposta a reconquistar o amor de juventude, Antônio Sampaio (Gracindo Júnior), filho de família tradicional de quem estava noiva ao ser sequestrada pelo ouvidor.
Apesar de amar Beija, Antônio não consegue compreender o comportamento dela e acaba se casando com Aninha (Bia Seidl), filha do Coronel Elias Felizardo (Sérgio Mamberti). Beija, com o intuito de feri-lo, abre então a Chácara do Jatobá, um famoso bordel de luxo onde se transforma em verdadeiro mito como cortesã, escandalizando a sociedade de Araxá. Ela se envolve com João Carneiro de Mendonça (Marcelo Picchi), filho de outra família tradicional, mas não consegue esquecer Antônio.
Um dos maiores sucessos da emissora, tendo apresentado uma cena marcante de Maitê, cavalgando nua num cavalo branco pela cidade, Dona Beija foi reprisada pela Manchete em 1988 e em 1992, ambas as vezes às 21h30, mesmo horário da transmissão original. No elenco, as presenças de Sérgio Britto, Abrahão Farc, Maria Fernanda, Maria Isabel de Lizandra, Jonas Mello, Jayme Periard, Mayara Magri, Mário Cardoso, Arlete Salles, Xuxa Lopes, Tarcísio Filho, Patrícia Bueno, Nina de Pádua, Jacqueline Laurence, Julciléa Telles, Mirian Pires, Edwin Luisi, Ary Coslov, entre outros.
O SBT divulgou na primeira semana da reprise no começo e ao final dos capítulos um comunicado convocando todos os que se considerarem detentores de algum direito pela reapresentação da novela a procurarem a emissora. Ao menos os protagonistas, Maitê e Gracindo, já se manifestaram insatisfeitos com a volta repentina da novela.

terça-feira, 24 de março de 2009

Paraíso - Às seis, uma viagem ao interior

Desde a semana passada, está no ar no horário global das 18h um agradável remake de Paraíso, novela de Benedito Ruy Barbosa cuja versão original fora exibida no mesmo horário entre agosto de 1982 e março de 1983. Depois de Negócio da China, de Miguel Falabella, que enfrentou problemas de aceitação e nos bastidores (com a saída do protagonista Fábio Assunção antes do meio da novela), a proposta de Edmara Barbosa, filha de Benedito e responsável pelo texto da nova versão com a colaboração de sua irmã Edilene, é uma viagem ao interior do país para contar a história do amor do filho do Diabo por uma santinha.
O tal "filho do Diabo" é José Eleutério (Eriberto Leão), filho do Coronel Eleutério (Reginaldo Faria), rapaz que fora estudar no Rio de Janeiro, mas depois de formado voltou à vida de peão, de que realmente gosta. A "Santinha" é Maria Rita (Nathália Dill), filha de Antero (Mauro Mendonça) e Mariana (Cássia Kiss), beata fanática que prometera a filha a Santa Rita quando de seu nascimento e fomenta o mito de que a moça é santa, capaz de operar milagres. O apelido de José Eleutério/Zeca é "filho do Diabo" graças a outra lenda, esta criada por seu pai, que reza que o garoto só foi concebido depois de ele ter aprisionado um diabinho numa garrafa - o "cramulhão". Ao redor dos dois jovens, dos mitos que os cercam e sua história de amor na pacata cidade de Paraíso, que dá nome à história, é que tudo se desenrola.
Comparando-se as duas versões, uma diferença notável está na narrativa, que hoje é mais "caipira" que ontem. Talvez isso seja reflexo do sucesso da reprise de Pantanal, também de Benedito, recentemente no SBT; numa tentativa de chamar a atenção do público da reprise, a nova Paraíso "interiorizou" o formato.
Na versão original da história, o casal protagonista era Kadu Moliterno e Cristina Mullins - no ar na reprise de Senhora do Destino como Aurélia, filha de Clementina (Mirian Pires) e mãe de Políbio/Shao Lin (Leonardo Miggiorin). Kadu está presente no remake na pele do italiano Bertoni, dono do bar em que os habitantes se reúnem para a fofoca de todo dia e um jogo de snooker. Além dele, Bia Seidl e Cosme dos Santos também participaram da novela de 1982. No elenco, ainda, as presenças de Soraya Ravenle, Carlos Vereza, Leopoldo Pacheco, Vanessa Giácomo, Alexandre Nero, Fernanda Paes Leme, Guilherme Berenguer, Guilherme Winter, Juliana Boller, Alexandre Rodrigues, Lidi Lisboa, Walderez de Barros, entre outros, mais o cantor Daniel, estreando em novelas na pele do peão Zé Camilo, personagem equivalente ao de Sérgio Reis na primeira versão.

quarta-feira, 4 de março de 2009

A volta da "anta nordestina"

"Anta nordestina". Os noveleiros de plantão, ao ouvirem essa expressão, imediatamente lembram do desprezo de Nazaré (Renata Sorrah) ao se referir a Maria do Carmo (Susana Vieira) em Senhora do Destino, grande sucesso escrito por Aguinaldo Silva para o horário nobre global em 2004/05 e que voltou na sessão Vale a Pena Ver de Novo nesta segunda-feira, dia 2 de março, em substituição a Mulheres Apaixonadas, de Manoel Carlos.
A trama central da novela era levemente inspirada no "caso Pedrinho", sequestrado por Vilma Martins Costa e que anos depois reencontrou a família. Em 1968, depois de abandonada em Pernambuco pelo marido com cinco filhos pequenos, Maria do Carmo Ferreira da Silva ruma para o Rio de Janeiro com a prole em pleno 13 de dezembro - dia da promulgação do Ato Institucional n.º 5, de triste lembrança. Anos depois, respeitada em Vila São Miguel, bairro que ajudara a construir, Maria do Carmo não desistiu de encontrar a filha caçula, Lindalva, roubada por uma mulher que dizia chamar-se Lourdes, mas na verdade se chama Nazaré e vive com a menina, a quem criou como filha e chamou Isabel (Carolina Dieckmann).
Nos dois primeiros dias de reprise, a novela dirigida por Wolf Maya atingiu índices em torno dos 20 pontos de audiência, o que a deixou no mesmo patamar da atual novela das seis, Negócio da China, já em fase final. Vale a pena ver de novo, em especial, as excelentes interpretações de José Wilker para o ex-contraventor Giovanni Improta, aquele que "nada deve à polícia nem ao fisco"; Glória Menezes e Raul Cortez - este em sua última novela - como os barões de Bonsucesso, Laura e Pedro; Nelson Xavier vivendo o irmão de Do Carmo, Sebastião, motorista eternamente apaixonado pela patroa Josefa (participação de Marília Gabriela nos primeiros capítulos); e, claro, Renata Sorrah, dando vida à vilã Nazaré de forma inesquecível.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Coleção traz adaptações de telenovelas clássicas em formato de bolso

Em 2007, a Editora Globo lançou Selva de Pedra, escrito por Mauro Alencar a partir da telenovela de Janete Clair exibida em 1972/73, o primeiro volume da Coleção Grandes Novelas, que consiste em adaptações de novelas famosas em formato de livro de bolso.
Depois de mais de um ano, no final de 2008 foram lançados de uma tacada só outros quatro livrinhos, com as adaptações de O Bem-amado (Dias Gomes, 1973), Pecado Capital (Janete, 1975/76), Roque Santeiro (Dias, 1985/86) e Vale Tudo (Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, 1988). A exemplo do primeiro, os lançamentos recentes também são assinados por Alencar.
A curiosidade é que, ao que consta, só é possível adquirir os livros através das revendedoras Avon. Os volumes da Coleção não são encontrados em livrarias, em bancas de jornal e sequer na relação de publicações da Editora Globo em seu site. Cada livro tem cerca de 220 páginas e custa R$ 9,99, mas na compra de dois cada um sai por R$ 7,99. Uma boa pedida para noveleiros de plantão, tenham ou não acompanhado as referidas histórias quando de sua exibição.
Agora, é torcer para que sejam lançados outros títulos, como por exemplo Pai Herói, O Astro, Que Rei Sou Eu?, Rainha da Sucata, Água Viva, Guerra dos Sexos, Baila Comigo, O Espigão...

domingo, 18 de janeiro de 2009

Vale a Pena Ver de Novo - II

Segue a lista das atrações do Vale a Pena Ver de Novo, de sua criação em 1980 até os dias de hoje:
- Dona Xepa (1977, 18h) - de Gilberto Braga; direção de Herval Rossano - de maio a novembro de 1980;
- A Sucessora (1978/79, 18h) - de Manoel Carlos; direção de Herval Rossano - de novembro de 1980 a abril de 1981;
- Te Contei? (1978, 19h) - de Cassiano Gabus Mendes; direção de Régis Cardoso - de abril a novembro de 1981;
- Cabocla (1.ª versão, 1979, 18h) - de Benedito Ruy Barbosa; direção de Herval Rossano - de novembro de 1981 a março de 1982;
- Marron Glacé (1979/80, 19h) - de Cassiano Gabus Mendes; direção de Gracindo Júnior e Gonzaga Blota - de março a agosto de 1982;
- As Três Marias (1980/81, 18h) - de Wilson Rocha, escrita por Wilson e Walter Negrão; direção de Herval Rossano - de agosto a outubro de 1982;
- A Moreninha (1975/76, 18h) - de Marcos Rey; direção de Herval Rossano - de outubro a dezembro de 1982;
- Plumas e Paetês (1980/81, 19h) - de Cassiano Gabus Mendes, escrita por Cassiano e Sílvio de Abreu - de janeiro a setembro de 1983;
- Pecado Rasgado (1978/79, 19h) - de Sílvio de Abreu; direção de Régis Cardoso - de setembro de 1983 a fevereiro de 1984;
- Água Viva (1980, 20h) - de Gilberto Braga; direção de Roberto Talma e Paulo Ubiratan - de fevereiro a setembro de 1984;
- Final Feliz (1982/83, 19h) - de Ivani Ribeiro; direção de Paulo Ubiratan - de setembro de 1984 a fevereiro de 1985;
- Elas por Elas (1982, 19h) - de Cassiano Gabus Mendes; direção de Paulo Ubiratan - de fevereiro a julho de 1985;
- Jogo da Vida (1981/82, 19h) - de Sílvio de Abreu; direção de Roberto Talma - de julho de 1985 a janeiro de 1986;
- Feijão Maravilha (1979, 19h) - de Bráulio Pedroso; direção de Paulo Ubiratan - de janeiro a abri de 1986;
- Paraíso (1.ª versão, 1982/83, 18h) - de Benedito Ruy Barbosa; direção de Gonzaga Blota - de abril a outubro de 1986;
- Livre para Voar (1984/85, 18h) - de Walter Negrão; direção de Wolf Maya e Fred Confalonieri - de outubro de 1986 a abril de 1987;
- Vereda Tropical (1984/85) - de Carlos Lombardi com argumento e supervisão de Sílvio de Abreu; direção de Jorge Fernando e Guel Arraes - de abril a outubro de 1987;
- Amor com Amor se Paga (1984, 18h) - de Ivani Ribeiro; direção de Gonzaga Blota - de outubro de 1987 a abril de 1988;
- Ti-ti-ti (1985/86, 19h) - de Cassiano Gabus Mendes; direção de Wolf Maya e Fred Confalonieri - de abril a outubro de 1988;
- Gabriela (1975, 22h) - de Walter George Durst; direção de Walter Avancini - de outubro de 1988 a fevereiro de 1989;
- A Gata Comeu (1985, 18h) - de Ivani Ribeiro; direção de Herval Rossano - de fevereiro a julho de 1989;
- Brega & Chique (1987, 19h) - de Cassiano Gabus Mendes; direção de Jorge Fernando - de julho de 1989 a janeiro de 1990;
- Pão, Pão, Beijo, Beijo (1983, 18h) - de Walter Negrão; direção de Gonzaga Blota - de janeiro a maio de 1990;
- Roda de Fogo (1986/87, 20h) - de Lauro César Muniz; direção de Dênis Carvalho - de maio a julho de 1990;
- Sassaricando (1987/88, 19h) - de Sílvio de Abreu; direção de Cecil Thiré - de julho de 1990 a janeiro de 1991;
- Top Model (1989/90, 19h) - de Walter Negrão e Antonio Calmon; direção de Roberto Talma - de janeiro a julho de 1991;
- Riacho Doce (1990, 22h30) - minissérie de Aguinaldo Silva e Ana Maria Moretzsohn; direção de Paulo Ubiratan - de abril a maio de 1991;
- O Pagador de Promessas (1988, 22h30) - minissérie de Dias Gomes; direção de Tizuka Yamasaki - maio a junho de 1991;
- O Tempo e o Vento (1985, 22h30) - minissérie de Doc Comparato; direção de Paulo José - junho de 1991;
- Lampião e Maria Bonita (1982, 22h30) - minissérie de Aguinaldo Silva e Doc Comparato; direção de Paulo Afonso Grisolli - junho de 1991;
- Cambalacho (1986, 19h) - de Sílvio de Abreu; direção de Jorge Fernando - de julho a dezembro de 1991;
- Fera Radical (1988, 18h) - de Walter Negrão; direção de Gonzaga Blota - de dezembro de 1991 a maio de 1992;
- Vale Tudo (1988/89, 20h) - de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères; direção de Dênis Carvalho - de maio a setembro de 1992;
- Bebê a Bordo (1988/89, 19h) - de Carlos Lombardi; direção de Roberto Talma - de setembro de 1992 a março de 1993;
- Sinhá-Moça (1.ª versão, 1986, 18h) - de Benedito Ruy Barbosa; direção de Reynaldo Boury - de março a julho de 1993;
- Barriga de Aluguel (1990/91, 18h) - de Glória Perez; direção de Wolf Maya - de julho a novembro de 1993;
- Direito de Amar (1987, 18h) - de Walter Negrão; direção de Jayme Monjardim - de novembro de 1993 a fevereiro de 1994;
- Rainha da Sucata (1990, 20h) - de Sílvio de Abreu; direção de Jorge Fernando - de fevereiro a setembro de 1994;
- Tieta (1989/90, 20h) - de Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares; direção de Paulo Ubiratan - de setembro de 1994 a abril de 1995;
- Pedra Sobre Pedra (1992, 20h) - de Aguinaldo Silva; direção de Paulo Ubiratan - de abril a agosto de 1995;
- Renascer (1993, 20h) - de Benedito Ruy Barbosa; direção de Luiz Fernando Carvalho - de agosto de 1995 a março de 1996;
- Despedida de Solteiro (1992/93, 18h) - de Walter Negrão; direção de Reynaldo Boury - de março a agosto de 1996;
- Meu Bem, Meu Mal (1990/91, 20h) - de Cassiano Gabus Mendes; direção de Paulo Ubiratan - de agosto a novembro de 1996;
- Mulheres de Areia (2.ª versão, 1993, 18h) - de Ivani Ribeiro; direção de Wolf Maya - de novembro de 1996 a abril de 1997;
- A Viagem (2.ª versão, 1994, 19h) - de Ivani Ribeiro; direção de Wolf Maya - de abril a setembro de 1997;
- Fera Ferida (1993/94, 20h) - de Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares; direção de Dênis Carvalho e Marcos Paulo - de setembro de 1997 a fevereiro de 1998;
- Felicidade (1991/92, 18h) - de Manoel Carlos; direção de Denise Saraceni - de fevereiro a abril de 1998;
- O Salvador da Pátria (1989, 20h) - de Lauro César Muniz; direção de Paulo Ubiratan e Gonzaga Blota - de abril a agosto de 1998;
- Quatro por Quatro (1994/95, 19h) - de Carlos Lombardi; direção de Ricardo Waddington - de agosto de 1998 a março de 1999;
- O Rei do Gado (1996/97, 20h) - de Benedito Ruy Barbosa; direção de Luiz Fernando Carvalho - de março a agosto de 1999;
- A Indomada (1997, 20h) - de Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares; direção de Marcos Paulo - de agosto de 1999 a março de 2000;
- Tropicaliente (1994, 18h) - de Walter Negrão; direção de Gonzaga Blota - de março a julho de 2000;
- A Próxima Vítima (1995, 20h) - de Sílvio de Abreu; direção de Jorge Fernando - de julho a dezembro de 2000;
- Roque Santeiro (1985/86, 20h) - de Dias Gomes; direção de Paulo Ubiratan e Gonzaga Blota - de dezembro de 2000 a junho de 2001;
- Você Decide (1992/2000) - vários autores e diretores - julho de 2001;
- A Gata Comeu (1985, 18h) - de Ivani Ribeiro; direção de Herval Rossano - julho a dezembro de 2001;
- História de Amor (1995/96, 18h) - de Manoel Carlos; direção de Ricardo Waddington - de dezembro de 2001 a junho de 2002;
- Por Amor (1997/98, 20h) - de Manoel Carlos; direção de Ricardo Waddington - de julho de 2002 a janeiro de 2003;
- O Cravo e a Rosa (2000/01, 18h) - de Walcyr Carrasco e Mário Teixeira; direção de Walter Avancini e Mário Márcio Bandarra - de janeiro a agosto de 2003;
- Anjo Mau (2.ª versão, 1997/98, 18h) - de Maria Adelaide Amaral com base no original de Cassiano Gabus Mendes; direção de Denise Saraceni - de agosto de 2003 a janeiro de 2004;
- Corpo Dourado (1998, 19h) - de Antonio Calmon; direção de Flávio Colatrello Jr. e Marcos Schechtman - de janeiro a junho de 2004;
- Terra Nostra (1999/2000, 20h) - de Benedito Ruy Barbosa; direção de Jayme Monjardim - de junho a novembro de 2004;
- Deus nos Acuda (1992/93, 19h) - de Sílvio de Abreu; direção de Jorge Fernando - de novembro de 2004 a fevereiro de 2005;
- Laços de Família (2000/01, 20h) - de Manoel Carlos; direção de Ricardo Waddington, Rogério Gomes e José Luiz Villamarim - de fevereiro a setembro de 2005;
- Força de um Desejo (1999/2000, 18h) - de Gilberto Braga e Alcides Nogueira; direção de Marcos Paulo e Mauro Mendonça Filho - de setembro de 2005 a fevereiro de 2006;
- A Viagem (2.ª versão, 1994, 19h) - de Ivani Ribeiro; direção de Wolf Maya - de fevereiro a julho de 2006;
- Chocolate com Pimenta (2003/04, 18h) - de Walcyr Carrasco; direção de Jorge Fernando - de julho de 2006 a janeiro de 2007;
- Era uma Vez... (1998, 18h) - de Walter Negrão; direção de Jorge Fernando - de janeiro a maio de 2007;
- Da Cor do Pecado (2004, 19h) - de João Emanuel Carneiro; direção de Denise Saraceni - de maio a novembro de 2007;
- Coração de Estudante (2002, 18h) - de Emanuel Jacobina; direção de Ricardo Waddington - de novembro de 2007 a abril de 2008;
- Cabocla (2.ª versão, 2004, 18h) - de Benedito Ruy Barbosa; direção de José Luiz Villamarim e Rogério Gomes - de abril a agosto de 2008;
- Mulheres Apaixonadas (2003, 20h) - de Manoel Carlos; direção de Ricardo Waddington, Rogério Gomes e José Luiz Villamarim - de setembro de 2008 a março de 2009;
- Senhora do Destino (2004/05, 20h) - de Aguinaldo Silva; direção de Wolf Maya - de março a agosto de 2009;
- Alma Gêmea (2005/06, 18h) - de Walcyr Carrasco; direção de Jorge Fernando - de agosto de 2009 a março de 2010;
- Sinhá-Moça (2006, 18h) - de Benedito Ruy Barbosa; direção de Ricardo Waddington e Rogério Gomes - de março a setembro de 2010;
- Sete Pecados (2007/08, 19h) - de Walcyr Carrasco; direção de Jorge Fernando - de setembro de 2010 a janeiro de 2011;
- O Clone (2001/02, 20h) - de Glória Perez; direção de Jayme Monjardim - a partir de janeiro de 2011.

Vale a Pena Ver de Novo

Pouco depois da hora do almoço (ou mesmo nesta, para alguns), basta que se ouça o prefixo musical inconfundível para que se saiba: está no ar o Vale a Pena Ver de Novo, sessão de reprises de novelas que a Rede Globo exibe nas tardes desde 1980. Antes disso, a emissora já reprisava novelas à tarde, mas não havia "formalmente" um título para a faixa de programação, a exemplo de Sessão da Tarde, entre outros.
A primeira novela reprisada no Vale a Pena Ver de Novo, a partir do dia 5 de maio de 1980, foi Dona Xepa, escrita por Gilberto Braga com base na peça teatral de Pedro Bloch. Tendo nos papéis principais Yara Cortes, Nívea Maria, Reynaldo Gonzaga, Rubens de Falco e Cláudio Cavalcanti, foi dirigida por Herval Rossano e exibida originalmente às 18h em 1977. A reprise, inicialmente exibida no final da tarde, mas logo transferida para as 13h45, ficou no ar até 14 de novembro. No início da tarde, começando sempre entre 13h30 e 13h45, o programa ficou até os anos 90, quando passou entrar no ar depois das 14h.
Muitas pessoas reclamam que leva muito pouco tempo para que a emissora decida reestrear uma novela à tarde, sem que seja possível ao menos "esquecer" dos personagens e das histórias. Essa não é uma prática recente, é antes uma regra que uma exceção em se tratando de Vale a Pena Ver de Novo. Não há um padrão identificável - autores e atores estarem ou não com novelas no ar, o tempo em relação à primeira exibição, nada disso. Tampouco o sucesso alcançado pela novela da primeira vez é parâmetro, porque ao longo desses quase trinta anos já houve reprises de histórias consideradas não tão bem-sucedidas assim na primeira ocasião, como a excelente Força de um Desejo, de Gilberto Braga e Alcides Nogueira (1999/2000), apresentada com sucesso no Vale a Pena Ver de Novo em 2005/06.
Na primeira década da sessão no ar, praticamente só foram reprisadas novelas originalmente exibidas às 18h ou 19h. Isso se deve à situação do país na época - sob ditadura que impunha censura prévia e classificação indicativa, as novelas das 20h não eram liberadas para reprises à tarde. Só em 1984 é que isso ocorreria: Água Viva, de Gilberto Braga (1980), foi a primeira. Todavia, depois dela apenas em 1990, com Roda de Fogo, de Lauro César Muniz (1986/87), é que as novelas das 20h voltariam ao Vale a Pena Ver de Novo e seriam mais constantes na faixa. Ainda, só uma novela exibida originalmente às 22h foi reprisada na sessão: Gabriela, de Walter George Durst, baseada na obra de Jorge Amado. Produzida em 1975, foi reprisada entre 1988 e 1989.
Como dito acima, o tempo entre a exibição original de uma novela e sua eventual reprise não é fator determinante para a escolha das atrações da sessão, ou seja, não há uma média de tempo para que uma novela seja reprisada ou não. Tanto pode demorar mais de dez anos, como foi o caso de Deus nos Acuda, de Sílvio de Abreu (1992/93), que voltou em 2004, como reestrear praticamente assim que termina à noite, a exemplo de Top Model, de Walter Negrão e Antonio Calmon. No ar de setembro de 1989 a maio de 1990, em janeiro de 1991 já estava no ar à tarde.
Há outros casos de retornos precoces: Livre para Voar (1984/85), outra de Negrão, voltou à tarde em outubro de 1986. Final Feliz (1982/83), de Ivani Ribeiro, pôde ser revista a partir de setembro de 1984. Em ambos os casos, a volta à tarde deu-se um ano e meio depois da exibição do último capítulo à noite.
Algumas novelas, quando reprisadas na faixa, já tinham sido reprisadas antes, por isso não contam para uma classificação das que demoraram mais tempo para voltar. Por exemplo, Roque Santeiro, de Dias Gomes (1985/86), que entrou no ar no Vale a Pena Ver de Novo apenas em dezembro de 2000, já tinha sido reprisada às 17h em 1991. A Gata Comeu (1985) e A Viagem (1994), ambas de Ivani Ribeiro, são as duas únicas novelas até agora reprisadas duas vezes na sessão. A primeira teve reprise em 1989 e em 2001, ao passo que a segunda foi exibida à tarde em 1997 e novamente em 2006. Enquanto isso, curiosamente, grandes sucessos como Escrava Isaura, escrita por Gilberto Braga a partir do romance de Bernardo Guimarães (1976/77); Louco Amor (1983), também de Braga; Pai Herói, de Janete Clair (1979); e Que Rei Sou Eu?, de Cassiano Gabus Mendes (1989) não foram até hoje reprisados no Vale a Pena Ver de Novo.
Há ainda os casos de novelas cujas reprises foram anunciadas para o Vale a Pena Ver de Novo, em especial na imprensa escrita, mas que na última hora foram substituídas por outras e adiadas, ou mesmo não mais voltaram às cogitações. Em 1986, um repeteco de Baila Comigo, de Manoel Carlos (1981), substituiria Jogo da Vida, de Sílvio de Abreu (1981/82), mas o que acabou vindo foi Feijão Maravilha, de Bráulio Pedroso (1979). Elas por Elas, de Cassiano Gabus Mendes (1982) chegou a ter chamadas no ar em 1984, mas o que entrou foi Final Feliz; apenas depois desta novela foi que o detetive Mário Fofoca (Luís Gustavo) voltou ao ar à tarde. Outro caso semelhante foi o de Sassaricando, mais uma de Sílvio, inicialmente anunciada para janeiro de 1990, mas que voltou só em julho.
Até agora, a novela que permaneceu por mais tempo em cartaz na sessão foi Plumas e Paetês, outra de Cassiano (1980/81), que esteve no ar à tarde de janeiro a setembro de 1983. As menores reprises, respectivamente com sete e oito semanas de duração apenas, foram as de Roda de Fogo e As Três Marias (1980/81), escrita por Wilson Rocha e Walter Negrão com base no romance de Rachel de Queiroz, em 1982 - cujo retorno demorou ainda menos para ocorrer que os de Final Feliz e Livre para Voar.
Mas nem só de novelas viveu a faixa. Em 1991, de abril a junho, o Vale a Pena Ver de Novo tinha sessão dupla. Além da reprise de Top Model, foram reapresentadas nesse período quatro minisséries: Riacho Doce, de Aguinaldo Silva e Ana Maria Moretzsohn com base no romance de José Lins do Rêgo (1990); O Pagador de Promessas, de Dias Gomes com base em sua peça teatral (1988); as histórias de Ana Terra (Glória Pires) e do Capitão Rodrigo (Tarcísio Meira) em O Tempo e o Vento, de Doc Comparato a partir da obra de Érico Veríssimo (1985); e Lampião e Maria Bonita, de Aguinaldo e Doc (1982), a primeira das minisséries brasileiras. Ainda, em 2001 foram ao ar no programa quinze episódios do interativo Você Decide (1992/2000), mas logo voltaram as novelas.
Nesses quase 29 anos de Vale a Pena Ver de Novo, o autor com mais novelas reprisadas foi Walter Negrão. Desconsiderando casos em que o novelista participou da equipe, mas não esteve desde o começo dos trabalhos, como As Três Marias, foram oito títulos: Livre para Voar; Pão, Pão, Beijo, Beijo (1983) em 1990; Direito de Amar (1987) em 1993/94; Fera Radical (1988) em 1991/92; Despedida de Solteiro (1992/93) em 1996; Tropicaliente (1994) em 2000; Era uma Vez... (1998) em 2007; e Top Model, junto com Antonio Calmon. O segundo lugar traz um empate entre Benedito Ruy Barbosa e Cassiano Gabus Mendes, cada um com sete novelas reprisadas.
O atual cartaz da sessão é Mulheres Apaixonadas, de Manoel Carlos (2003), desde o dia 1.º de setembro. Já foi divulgada uma liberação pelo Ministério Público de Senhora do Destino, de Aguinaldo Silva (2004/05), para o horário da tarde, mas ainda não há confirmação oficial de que a novela vá ser a substituta de Mulheres Apaixonadas.

Duas décadas depois, a pátria ainda pede um salvador

O ano era 1989. Em 9 de janeiro, a Rede Globo estreava no horário nobre uma novela cujo título já deixava clara a preocupação do autor Lauro César Muniz: O Salvador da Pátria pretendia, ainda que não fosse essa sua meta principal, fazer o público pensar a respeito do momento que o país vivia, quando teríamos uma eleição presidencial direta depois de quase 30 anos sem que isso fosse possível.
Salvador da Silva (Lima Duarte), o Sassá Mutema, era um bóia-fria que morava na fazenda do deputado federal Severo Toledo Blanco (Francisco Cuoco), dono de uma fábrica de suco de laranja. Severo, embora casado com Gilda (Susana Vieira) e pai de Sérgio (Maurício Mattar) e Rafaela (Narjara Turetta), tinha uma amante, a jovem Marlene (Tássia Camargo). O relacionamento extraconjugal, embora prazeroso e divertido, pode causar-lhe complicações na carreira política, e o pai da moça, Sebastião Machado (Paulo César Pereio), cobra do político uma solução para a situação da filha. Assim, depois de pensar no assunto, Severo resolve casar Sassá e Marlene, tornando-a uma “mulher de respeito”, apagando as possibilidades do adultério vir à tona e prometendo continuar a manter-lhe – e, claro, sem deixar de ter encontros amorosos com ela.
A armação é descoberta por Juca Pirama (Luís Gustavo), radialista inescrupuloso que tem um programa de grande audiência na Rádio Clube de Tangará, a cidade mais próxima dos acontecimentos. Pelo que fala em seu programa e por seus métodos nada ortodoxos de obter o que deseja, Juca tem diversos inimigos, como a fazendeira Marina Sintra (Betty Faria), rival política de Severo na região. Logo, Juca e Marlene aparecem mortos, a tiros, e Sassá é o principal suspeito do crime. Com a ajuda da professora Clotilde (Maitê Proença), que chega à cidade para dar aulas aos trabalhadores rurais e por quem se apaixona, Sassá consegue provar sua inocência, conhece as letras e torna-se prefeito da cidade.
Mas a eleição de Sassá faz parte de um plano maior, chefiado por uma organização de tráfico de entorpecentes cujo chefe só se descobre no final da novela. Graças à popularidade conquistada depois de provar ser inocente, Sassá é o alvo preferido dos poderosos locais, tenham ou não relações com os bandidos. Mesmo apoiado pelos caciques da região, ao chegar ao poder Sassá se rebela contra eles e não satisfaz pura e simplesmente suas vontades, o que compromete os interesses de todos.
Juca Pirama, que dizia-se defensor da moral e dos bons costumes, era na verdade um braço da organização na região, tendo feito o próprio irmão João Mattos (José Wilker) ser preso com um carregamento de cocaína no avião que pilotava. A própria organização ajuda João a fugir da prisão e dá-lhe uma nova identidade, Miro Ferraz, para que ele colabore com seus planos. Ele, mesmo casado com Ângela (Lucinha Lins), envolve-se com a viúva Marina.
A partir de Sassá, a novela traçava uma grande intriga policial e política, envolvendo a todos. Além dos já citados, havia Bárbara Souza Telles (Lúcia Veríssimo), neta do rico banqueiro Hermínio (Benjamin Cattan) e nova amante de Severo; Lauro Brancatto (Cecil Thiré), médico apaixonado por Marina e que é lançado candidato a prefeito por seu partido, sendo rival de Sassá nas eleições; Joaquim Xavier, o Quinzote (Mário Lago), ex-prefeito de Tangará que vive hoje em meio a suas lembranças, já um pouco caduco; o advogado Cássio Marins (Thales Pan Chacon), advogado de Sassá; o delegado Plínio Kohl (Antônio Grassi) e os correligionários de Severo e Marina, como Décio (Nelson Dantas) e Nilo (Flávio Migliaccio).
Até o assassinato de Juca e Marlene, ocorrido no capítulo 17, Lauro e seu colaborador Alcides Nogueira apresentaram uma novela de trama amarrada, inteligente, empolgante. Depois disso, o excesso de personagens e a censura interna da emissora fizeram com que O Salvador da Pátria patinasse um pouco. O autor, que partiu de O Crime do Zé Bigorna, história que escreveu em 1974 para o programa Caso Especial e que virou filme em 1977 com direção de Anselmo Duarte, disse que houve influência direta de Brasília junto à Rede Globo para que fizesse algo, já que a novela era vista como uma apologia à candidatura do líder sindical Luís Inácio Lula da Silva à presidência. Assim, a saída encontrada pelos autores foi transferir o foco da ação do lado político para o policial, com as ações da organização de tráfico de drogas caminhando junto da administração de Sassá na prefeitura. Lauro César Muniz disse que chegou a ouvir nos bastidores coisas como “O autor dessa novela vai eleger o próximo presidente do Brasil”. A intenção era, fazendo jus ao título, eleger Sassá presidente da República, mas não foi possível. Enquanto isso, na vida real o Brasil elegeu Fernando Collor, passaram-se duas décadas e ainda hoje esperamos pelo salvador da pátria.
A certa altura da novela, Juca Pirama “voltou”, com sua voz podendo ser novamente ouvida através de uma freqüência pirata. Mas Luís Gustavo não voltou a aparecer na novela; um dublê chegou a ser focalizado algumas vezes em cenas de suspense. A “volta” de Juca fazia parte de um plano de Bárbara, que ao final revela-se chefe do grupo de bandidos.
José Wilker retornava à Rede Globo depois de trabalhar como ator e diretor do departamento de teledramaturgia da Rede Manchete. Maitê Proença também esteve na emissora de Adolpho Bloch na mesma época, mas tinha voltado à Globo antes de Wilker, tendo atuado em Sassaricando, de Sílvio de Abreu (1987/88), meses antes de ser a professorinha Clotilde.
Na trilha sonora, vale destacar “Bem que se Quis” (Marisa Monte), tema de Severo e Bárbara; “Ciranda do Sassá” (Cláudio Nucci); “Tá na Terra” (João Caetano); a bela “Horizontes” (A Cor do Som), que pontuava as cenas de João querendo provar sua inocência na acusação de tráfico de drogas; “Deus te Proteja de Mim” (Wando), tema de seu romance com Marina; “One Moment in Time” (Whitney Houston), o tema de Gilda, a mulher que fazia de tudo para manter o casamento; e “Domino Dancing” (Pet Shop Boys), que tocava com os jovens da novela.
Em outros países, a novela ganhou o título Sassá Mutema, que seria utilizado por aqui também, não fosse a vontade de Lauro de chamar sua história de O Salvador da Pátria. Um grande destaque na carreira de Lima Duarte, inesquecível na pele do colhedor de laranjas em sua trajetória do nada ao entendimento.
Dirigida por Paulo Ubiratan, Gonzaga Blota, José Carlos Pieri e Denise Saraceni, a novela terminou em 11 de agosto de 1989 e ganhou uma reprise compacta na sessão Vale a Pena Ver de Novo em 1998, de 27 de abril a 28 de agosto. O trabalho seguinte do autor seria, em parceria com Dias Gomes e Ferreira Gullar, Araponga, a história colocada no ar pela emissora para tentar conter o sucesso de Pantanal na Rede Manchete. Mas essa já é uma outra história...