Na sexta-feira que antecedeu o primeiro turno das eleições municipais, foi ao ar o último capítulo da novela que Alcides Nogueira escreveu partindo do romance de Lygia Fagundes Telles, Ciranda de Pedra.
Foi inevitável, para aqueles que acompanharam a primeira novela baseada no romance, escrita por Teixeira Filho em 1981, a comparação. Não foram poucos a criticar a escalação do elenco, que em relação com o triângulo formado por Eva Wilma (Laura), Adriano Reys (Prado) e Armando Bogus (Daniel) soava realmente estranha. Mesmo para quem não viu a primeira novela, ao menos de início foi estranho ver Ana Paula Arósio sendo mãe de três moças com idade entre 15 e 20 anos, mais ou menos. Mas nada que o se acostumar, a "convivência" diária, não resolvessem.
Eu, como não assisti a novela que trouxe Lucélia Santos no papel de Virgínia, a caçula das três filhas de Laura e Prado que na verdade era filha de Daniel, não tive como fazer essa comparação. Comparação esta que não se justificava tanto, uma vez que Alcides deixou bem claro à época do lançamento e mesmo antes que não se tratava de um remake da novela de Teixeira Filho, mas sim uma nova leitura do livro de Lygia. Fiando-me nisso, gostando do livro e na expectativa, esperei coisa boa de Ciranda de Pedra e não me arrependi.
Não sou o maior dos fãs de Ana Paula Arósio, mas na pele de Laura a atriz me convenceu. Marcello Antony, não fosse a sua constante presença na TV nos últimos anos (desde que estreou, em 1996, aliás), talvez tivesse encantado mais o público, mas nem por isso desmerecerei seu bom trabalho como Daniel. Das três filhas de Laura, a que mais me agradou foi a talentosa e belíssima Anna Sophia Folch, intérprete de Bruna. Daniel Dantas, que estamos acostumados a ver em personagens bonzinhos, calmos, meio bobos até, apresentou um grande trabalho como Natércio Silva Prado, o grande advogado que tinha um amor desmedido, obsessivo, por Laura. Ana Beatriz Nogueira optou pela ausência do sotaque alemão em sua criação da governanta Frau Herta, apaixonada por Natércio, e deu gosto ver.
Fora do núcleo principal da história, outras grandes interpretações: Osmar Prado dando vida ao empresário italiano Cícero Cassini, sócio de Natércio; Leandra Leal na pele de Elzinha Carmelo, o "biscoito fino" da Vila Mariana que desejava conquistar um marido rico; Walderez de Barros como Ramira, a sogra que infernizava a vida do genro Memé (José Rubens Chachá).
A eterna briga de Ramira e Memé, aliás, em certos momentos tinha cara de Walcyr Carrasco. Eu vi nisso uma tentativa, talvez, de mostrar ao público algo com o que ele estivesse habituado nos últimos tempos e que tem dado certo, um estilo "carrasquiano" de humor em novela. Pode não ter sido isso, claro, mas se foi não deu muito certo, porque apesar do texto e interpretação bons, às vezes chegava a irritar, em especial o comportamento da sogra.
Confesso que, embora tenha gostado bastante, não foi tudo o que eu esperava, por um motivo em especial: Alcides, ao contar a história como pretendia, mostrou Virgínia como tendo sido criada desde sempre em casa de Natércio Prado, e não em casa de Daniel indo depois para junto das irmãs, como na novela de 1981 e, principalmente, como no romance. Mas não jogo pedras, procurei entender que essa foi uma vontade do autor para melhor contar a história que tinha na cabeça.
Segundo os parâmetros utilizados como amostra da receptividade do público (Ibope e quejandos), a novela não foi bem, ficando na casa dos 20 e poucos pontos de audiência quando o ideal para o horário, segundo a Rede Globo, é (ou pelo menos era até agora) alcançar 30 pontos. Identificando um esgotamento das novelas de época às seis horas, a emissora tratou de colocar uma novela de Miguel Falabella, autor das sete, como substituta da Ciranda, e por enquanto não se pode exatamente dizer que deu certo. Torço por uma reprise da novela, que acredito que aconteça.
Foi inevitável, para aqueles que acompanharam a primeira novela baseada no romance, escrita por Teixeira Filho em 1981, a comparação. Não foram poucos a criticar a escalação do elenco, que em relação com o triângulo formado por Eva Wilma (Laura), Adriano Reys (Prado) e Armando Bogus (Daniel) soava realmente estranha. Mesmo para quem não viu a primeira novela, ao menos de início foi estranho ver Ana Paula Arósio sendo mãe de três moças com idade entre 15 e 20 anos, mais ou menos. Mas nada que o se acostumar, a "convivência" diária, não resolvessem.
Eu, como não assisti a novela que trouxe Lucélia Santos no papel de Virgínia, a caçula das três filhas de Laura e Prado que na verdade era filha de Daniel, não tive como fazer essa comparação. Comparação esta que não se justificava tanto, uma vez que Alcides deixou bem claro à época do lançamento e mesmo antes que não se tratava de um remake da novela de Teixeira Filho, mas sim uma nova leitura do livro de Lygia. Fiando-me nisso, gostando do livro e na expectativa, esperei coisa boa de Ciranda de Pedra e não me arrependi.
Não sou o maior dos fãs de Ana Paula Arósio, mas na pele de Laura a atriz me convenceu. Marcello Antony, não fosse a sua constante presença na TV nos últimos anos (desde que estreou, em 1996, aliás), talvez tivesse encantado mais o público, mas nem por isso desmerecerei seu bom trabalho como Daniel. Das três filhas de Laura, a que mais me agradou foi a talentosa e belíssima Anna Sophia Folch, intérprete de Bruna. Daniel Dantas, que estamos acostumados a ver em personagens bonzinhos, calmos, meio bobos até, apresentou um grande trabalho como Natércio Silva Prado, o grande advogado que tinha um amor desmedido, obsessivo, por Laura. Ana Beatriz Nogueira optou pela ausência do sotaque alemão em sua criação da governanta Frau Herta, apaixonada por Natércio, e deu gosto ver.
Fora do núcleo principal da história, outras grandes interpretações: Osmar Prado dando vida ao empresário italiano Cícero Cassini, sócio de Natércio; Leandra Leal na pele de Elzinha Carmelo, o "biscoito fino" da Vila Mariana que desejava conquistar um marido rico; Walderez de Barros como Ramira, a sogra que infernizava a vida do genro Memé (José Rubens Chachá).
A eterna briga de Ramira e Memé, aliás, em certos momentos tinha cara de Walcyr Carrasco. Eu vi nisso uma tentativa, talvez, de mostrar ao público algo com o que ele estivesse habituado nos últimos tempos e que tem dado certo, um estilo "carrasquiano" de humor em novela. Pode não ter sido isso, claro, mas se foi não deu muito certo, porque apesar do texto e interpretação bons, às vezes chegava a irritar, em especial o comportamento da sogra.
Confesso que, embora tenha gostado bastante, não foi tudo o que eu esperava, por um motivo em especial: Alcides, ao contar a história como pretendia, mostrou Virgínia como tendo sido criada desde sempre em casa de Natércio Prado, e não em casa de Daniel indo depois para junto das irmãs, como na novela de 1981 e, principalmente, como no romance. Mas não jogo pedras, procurei entender que essa foi uma vontade do autor para melhor contar a história que tinha na cabeça.
Segundo os parâmetros utilizados como amostra da receptividade do público (Ibope e quejandos), a novela não foi bem, ficando na casa dos 20 e poucos pontos de audiência quando o ideal para o horário, segundo a Rede Globo, é (ou pelo menos era até agora) alcançar 30 pontos. Identificando um esgotamento das novelas de época às seis horas, a emissora tratou de colocar uma novela de Miguel Falabella, autor das sete, como substituta da Ciranda, e por enquanto não se pode exatamente dizer que deu certo. Torço por uma reprise da novela, que acredito que aconteça.
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